OBESIDADE
Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas; 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças e esse número ainda está aumentando. A OMS estima que até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas, adultos e crianças, ficarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas.
A obesidade é uma doença que afeta a maioria dos sistemas do corpo. Afeta o coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo. Isso leva a uma série de doenças não transmissíveis (DNTs), como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão e acidente vascular cerebral, várias formas de câncer, bem como problemas de saúde mental. Pessoas com obesidade também têm três vezes mais chances de serem hospitalizadas por COVID-19.
A obesidade tem sido associada a um risco elevado de pelo menos 13 tipos de câncer e a incidência pode estar aumentando consideravelmente em jovens. . Uma análise recente incluiu 2.665.574 novos casos de câncer associados à obesidade (dos quais 70,3% eram em mulheres) e 3.448.126 novos casos de câncer não relacionados com a obesidade (dos quais 32,0% eram mulheres). Os tumores associados à obesidade foram: câncer colorretal; câncer de mama em mulheres; câncer de útero e de vesícula biliar e outros tumores biliares; câncer de esôfago, estômago, fígado, ducto biliar intra-hepático, pâncreas, ovário, rim e pelve renal; câncer de tireoide e mieloma.
A obesidade é uma doença crônica difícil de ser gerenciada sem um acompanhamento regular e multidisciplinar. Sabemos que o arsenal terapêutico para obesidade consiste principalmente em 4 formas de terapia: modificação do estilo de vida (dieta e exercício), terapia cognitivo-comportamental, farmacoterapia e cirurgia bariátrica.
A terapia é bem sucedida quando promovemos uma perda de peso de pelo menos 10%, resultando em efeitos significativos no risco de morbidade e mortalidade. Perda de peso significativas que são alcançadas nos primeiros 2 meses após uma intervenção anuncia maior sucesso a longo prazo.
Pacientes que respondem à farmacoterapia nos primeiros 3 meses também tendem a ter uma melhor chance de sustentar seu sucesso na perda de peso a longo prazo.
Como regra geral, caso os pacientes não atingirem 5% de perda de peso em até 16 semanas, eles podem ser considerados não respondedores. Assim, não dispomos de uma abordagem única e duradoura, que funcione para todo mundo.
De fato, embora alguns pacientes possam ter sucesso no gerenciamento de seu peso com dieta e exercício, a maioria dos pacientes provavelmente precisará de terapia mais agressiva, lançando mão de todo arsenal terapêutico que dispomos. O acompanhamento regular e multidisciplinar vai elevar as chances de se ter sucesso.